O goleiro Gatito Fernández, do Botafogo, se destaca na elite nacional como o grande mestre pegador de pênaltis. O Espião Estatístico analisou penalidades cobradas desde 2015 para identificar a eficiência de arqueiros que já foram titulares neste ano em clubes que disputarão a Série A e constatou a superioridade técnica do paraguaio: em 44 cobranças contra ele, 42 foram realmente no gol, e dessas 43, ele fez 15 defesas, eficiência de 35,7%, defendendo pouco mais de um em cada três pênaltis cobrados no gol.
Veja defesas de pênaltis do mestre Gatito Fernández, goleiro do Botafogo
A marca impressiona principalmente quando comparada com o desempenho da concorrência. A segunda maior eficiência é de Felipe Alves, titular do Fluminense em dois jogos nesta temporada, que fez 13 defesas em 43 cobranças certas, evitando o gol em 30% dos pênaltis no tempo normal ou em disputas de pênaltis nos jogos que contaram com pelo menos um time de Série A do Brasileirão em toda a temporada ou por um gigante que estava na Série B.
O terceiro melhor desempenho é de Jandrei, titular do São Paulo em duas partidas nesta temporada. Em 28 cobranças no gol, Jandrei defendeu oito, aproveitamento de 28,6%. Contra o Água Santa, nesta quarta-feira, houve um pênalti contra o São Paulo, mas a cobrança passou sobre o travessão. A eficiência de Jandrei em defesas de pênalti seria menor se essa cobrança fosse considerada no cálculo, afinal, ele não tem como defender uma cobrança que passa sobre o travessão.
Veja abaixo o desempenho de cada um dos goleiros que já foram titulares em ao menos um jogo deste ano em times que disputarão a Série A do Brasileirão.
Eficiência nas cobranças feitas no gol (sem contar trave e fora) em pênaltis em tempo normal e disputas de pênaltis em jogos que contaram com um time de Série A do Brasileirão em toda a temporada ou com um gigante que estava na Série B — Foto: Espião Estatístico
Olho neles!
Como indica a tabela acima, a experiência parece ser fundamental para um profissional se tornar um grande pegador de pênaltis, embora isso não seja garantia de sucesso. Dos nove melhores desempenhos, sete são de goleiros com pelo menos 30 anos. Mesmo dos três empatados na décima colocação, dois têm ao menos 30 anos.
Dentro desse contexto, dois nomes chamam atenção. Um deles é Adriel, um novato de 23 anos que no ano passado foi titular no Gaúcho (inclusive nas semifinais e finais) e em julho se transferiu do Grêmio para o Bahia, onde começou este ano como titular no Baiano, mas foi banco na Copa do Nordeste. Foram apenas nove pênaltis contra ele, o que deixa muito espaço para o acaso, oito no gol e duas defesas (25%) contra o Ypiranga-RS, nas semifinais do Gaúcho. Apesar disso, seu potencial chamou a atenção do Bahia.
Adriel comemora defesa de pênalti pelo Grêmio — Foto: Lucas Uebel/Grêmio
O outro é mais conhecido, Bento, do Athletico-PR, já convocado para a seleção brasileira. Aos 24 anos, já tem um aproveitamento de 21% em pênaltis. Em 35 cobranças, 33 foram no gol, e ele conseguiu sete defesas em seis jogos diferentes, por Copa do Brasl e Brasileirões desde 2021.
Bento comemora pênalti defendido em Cruzeiro x Athletico — Foto: Reprodução/sportv
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira e Valmir Storti.