Fala de Dorival Júnior repercutiu negativamente; treinador do Brasil disse que ‘se houve crime, é preciso ser penalizado’, a questão é que tanto Robinho como Daniel Alves já foram condenados
Rafael Ribeiro / CBF
Dorival Júnior estreia no comando da seleção diante da Inglaterra no dia 23 de março
A Seleção Brasileira quebrou, nesta sexta-feira, 22, o silêncio sobre os casos de estupro envolvendo Robinho e Daniel Alves, dois de seus ex-jogadores. Ambos foram condenados pelo crime, o ídolo santista foi detido na quinta-feira, 21, e levado para a penitenciária de Tremembé. Já Daniel, segue preso em Barcelona, mas ganhou o direito de pagar fiança para ter direito a liberdade provisória. O pronunciamento era um pedido de longa data de diversos setores da sociedade, mas a pressão aumentou com os últimos episódios envolvendo Daniel Alves na Espanha e a prisão de Robinho, em Santos. “Como treinador da Seleção, tenho obrigação de me manifestar”, disse Dorival Júnior em entrevista no estádio de Wembley, onde o Brasil enfrenta a Inglaterra em amistoso neste sábado.
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“É um momento difícil para todos nós expressarmos toda e qualquer situação. Primeiro eu penso nas famílias das pessoas envolvidas e principalmente nas vítimas envolvidas nesses episódios, que por sinal acontecem diariamente no nosso país e em todo mundo e que, de repente, não são abordados, são abafados porque as pessoas não têm voz”, acrescentou. Dorival lembrou que trabalhou com Robinho em 2010 e 2015 no Santos. Apesar do posicionamento referente a prisão dos jogadores, uma fala do técnico da Seleção rendeu críticas, pois ele falou: “Se houve realmente e comprovado algum tipo de crime, ele tem que ser penalizado. Por mais que doa no meu coração falar disso a respeito de uma pessoa com quem eu sempre tive um convívio excepcional”, afirmou Dorival.
A questão é que ambos já foram condenados, ou seja, é foi constatado que houve o crime. “Sinto por todos, sinto por tudo o que passarão a partir de então em suas vidas, todos os que estão envolvidos, o que posso fazer é ajudá-los em orações, nada além disso”, disse Dorival. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, afirmou mais tarde que a entidade não estava “evitando tratar do assunto” e que nunca havia sido questionado a respeito.
Capitão da Seleção contra a Inglaterra, o lateral Danilo pediu à CBF que promova a conscientização no futebol para formar um “pensamento reflexivo” nos homens. “Principalmente para a juventude, que é onde a gente consegue ir formando de modo mais genuíno esse pensamento reflexivo, se colocando no lugar das mulheres de forma empática”, disse o jogador em outra entrevista coletiva em Londres. Danilo, no entanto, não mencionou diretamente os casos de Daniel Alves e Robinho.
*Com informações da AFP