Sérgio Guedes, eleito o melhor técnico da Série A2 do Campeonato Paulista, falou pela primeira vez sobre o infarto que sofreu um dia depois da eliminação da Portuguesa Santista nas semifinais, que ocorreu no dia 7 de abril. Na ocasião, a Briosa perdeu o acesso ao Paulistão nos pênaltis para o Noroeste e no dia seguinte o treinador precisou ser internado.
Guedes, na noite da última segunda-feira durante a premiação dos melhores da Série A2, em evento realizado em Campinas, onde ele fez história como goleiro da Ponte Preta na década de 1980, afirmou que sua carreira, seu comportamento e sua história o “segurou” do infarto.
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“A gente dimensiona e acha que nunca vai acontecer. Felizmente foi tudo bem administrado, tudo no seu tempo, tudo no seu momento. Na verdade, se alguém me perguntar o que é infartar, eu vou falar que acho que gripei. E não é isso. É muito mais sério, mas eu não tive sequelas”, contou o técnico em coletiva de imprensa.
Guedes chegou a chorar, mas acredita que o principal motivo do problema de saúde não tenha sido a partida decisiva em si, mas o desgaste causado durante a campanha na Série A2. Ele atribuiu o problema no coração a idade e manteve incerto seu futuro no futebol.
“Vem ao longo do tempo. Não acho que tenha sido o jogo especificamente, já vivi outras situações assim dentro do futebol. É mais o entorno, o dia a dia. Foi desgastante, exaustivo. Faltou tudo. Não era para chegar onde chegou, não tinha condição para isso”, afirmou o treinador.
Ele acrescenta que de uma certa forma criou-se uma atmosfera boa. “Foram várias pessoas tirando algo de dentro no mesmo momento e conseguimos levar o time para uma situação derradeira, o que o deu orgulho e também a responsabilidade de retribuir. Se houvesse uma razão específica para o infarto, talvez tenha sido esse desgaste”, destaca Guedes.
De saída
O treinador passou por um cateterismo antes de receber alta do Centro de Excelência da Intermédica, em São Bernardo do Campo – para onde foi transferido depois de inicialmente ter dado entrada no Hospital Frei Galvão, em Santos.
Ele celebrou a recuperação rápida, mas disse que vai precisar de um tempo para “se refazer” antes de voltar ao futebol. Guedes projeta o futuro à beira do campo, mas provavelmente não mais na Portuguesa Santista.
“Tenho muita história na Portuguesa Santista. Isso não vai apagar mais e nunca vou esquecer. Mas acho que meu papel ali está feito. Preciso abrir perspectiva para alguém lá. Em relação ao meu futuro, vai ser em cima do que eu entender ser importante. Tenho que ter um período para me refazer, mas vou seguir a minha vida profissional. Não me vejo fora do campo ainda”, afirma Guedes.