Ele havia estreado no profissional do time alviverde em abril do ano passado e mantinha uma rotina em que revezava entre a equipe sub-20 e profissional. Porém, por não ter espaço no elenco de Abel Ferreira, o empréstimo se tornou a melhor via para ter ritmo de jogo.
Pedro Lima comemora com a camisa do Norwich — Foto: Divulgação
O primeiro semestre na Europa serviu de adaptação e evolução. Com um calendário bem menos apertado que o brasileiro, Pedro teve como foco neste período o desenvolvimento físico, como velocidade, resistência, potência e ganho de massa.
– Aqui a gente treina no campo, treina na academia e tem bastante atividade fora também. O CT aqui é integrado, lá no Palmeiras eles dividiam o da base e do profissional, então a logística acabava ficando um pouquinho mais corrida – relembrou, ao ge.
– E a rotina de jogo é um pouco diferente. No Brasil, tinham mais campeonatos, mais jogos, mais viagens. Então, na questão do dia a dia, do treino, a gente acabava tendo menos. Aqui, pelo calendário ser um pouco mais tranquilo em relação aos jogos, a gente consegue dar mais foco na parte física. Eu sempre soube que seria importante para mim essa evolução.
Desde os 13 anos no Palmeiras, Pedro Lima fez parte da geração que empilhou taças para o Verdão na base. Bicampeão da Copa São Paulo e campeão brasileiro sub-20, ele disputou a Conmebol Libertadores sub-20 pelo clube e sempre chamou a atenção como um segundo volante.
Pedro Lima comemora gol pelo Palmeiras no Brasileirão Sub-20 — Foto: Fabio Menotti/Palmeiras
Na Inglaterra, ainda que o estilo de jogo não seja igual, ele desempenha função parecida no campo.
– O jogo aqui é mais intenso, então exige mais fisicamente. Eu estou jogando basicamente de (camisa) oito, na mesma função. Só que aqui eu acho que a distância que a gente percorre, o nível de duelo, de confronto acaba sendo mais forte.
– Dei uma demorada para me adaptar ali nos primeiros meses, mas agora, depois de bastante treino, bastante jogo, já deu para entrar no pique e os números estão sendo bons. Estou conseguindo fazer gol, estou conseguindo dar assistência, que foi algo que eu sempre procurei fazer, desde a época do Palmeiras também – avaliou.
Ao citar as diferenças entre o futebol brasileiro e inglês, Pedro Lima conta que na Europa tem não tem vivido a cobrança por resultados que tinha desde a base, além de a torcida não ser tão presente, como a do Palmeiras.
– Só que aqui é onde está o topo, aqui é futebol europeu. Todo mundo sabe que hoje é o topo do futebol mundial, conseguir chegar aqui, apesar de ser sub-21, era algo que eu sempre almejei – disse.
Pedro Lima é apresentado no Norwich, da Inglaterra — Foto: Norwich / divulgação
Com a evolução, Pedro Lima agora espera ter mais espaço no profissional, visto que nessa janela de inverno saíram do time seis jogadores. O Norwich é o sexto colocado na segunda divisão da Inglaterra.
– Ficou mais claro que vai ter mais espaços. A gente sabe como é, a intensidade da Championship, acaba tendo bastante lesão. A gente tem que estar sempre pronto. Estou me preparando bastante para quando aparecer a oportunidade estar pronto.
Para ajudar nesta transição com o profissional, Pedro tem conversado bastante com Gabriel Sara, que já está no time de cima. Ele ficou próximo do ex-jogador do São Paulo e o trata como uma referência.
– É uma pessoa que eu me espelho no dia a dia, para evoluir e saber o que ele está fazendo, o que eu posso agregar no meu futebol para alcançar as coisas que ele está alcançando também – explicou.
Pedro Lima em campo pelo Norwich — Foto: Divulgação
Torcedor do Palmeiras na Inglaterra
Quando não está na rotina de trabalho no Norwich, o meio-campista segue acompanhando o Palmeiras e seus amigos da base que hoje estão no profissional, como Naves, Fabinho e Jhon Jhon.
– Tenho tido bastante tempo para assistir, tirando quando os jogos são de noite, porque aqui estamos com três ou quatro horas a mais, né? Os jogos quando são de noite eu não consigo ver, mas vejo depois no outro dia. Tenho torcido bastante – relatou.
– É sempre bom ver meus amigos, o Jhon Jhon, Naves, Fabinho que eu joguei junto, o Kevin que estava lá, mas acabou sendo vendido para a Ucrânia também. Com certeza fico muito na torcida e continuo acompanhando. Sempre vou acompanhar.
Seu empréstimo acaba em junho deste ano, e o atleta evita falar no futuro. O Palmeiras, ao emprestá-lo, planejava seu retorno, mas a posição atualmente conta com muitas opções, como Zé Rafael, Aníbal Moreno, Richard Ríos, Gabriel Menino e Fabinho.
Por isso, Pedro Lima só procura seguir treinando e evoluindo, para que o próximo passo aconteça da melhor forma possível.
– Se o Palmeiras pedir para eu voltar para me utilizar, com certeza volto muito feliz, afinal, é um sonho jogar no Palmeiras. Se eu continuar na Europa também, com certeza vou ficar muito feliz. Jogar na Europa é o sonho de todos os meninos – encerrou.
*Colaborou sob a supervisão de Leandro Canônico