A torcida vascaína tinha razões para acreditar que este ano seria diferente. O time em evolução na temporada, assimilando as propostas de Ramón Díaz… A sina da segunda fase da Copa do Brasil certamente ficaria para trás. Mas faltou combinar com o Água Santa. Com uma atuação pífia na etapa final, os cruz-maltinos sofreram para acabar com a sequência de eliminações (2022, para o Juazeirense; e 2023, para o ABC) nesta etapa. Mas conseguiram. Nos pênaltis após empate em 3 a 3 no tempo normal, despacharam o rival paulista por 4 a 1.
O Vasco está na terceira fase da Copa do Brasil. E agora vai aguardar o sorteio da CBF para saber quem será o seu adversário. Até lá, volta suas atenções para o Campeonato Carioca. No domingo, enfrenta o Nova Iguaçu, no Maracanã, no primeiro jogo das semifinais.
O jogo começou com o Vasco tão à vontade que a classificação parecia se encaminhar sem maiores problemas. O time de Ramón Díaz impôs seu futebol de muitos toques de bola e logo abriu 2 a 0: com Galdames, aos 3; e Vegetti, aos 15. Este último gol saiu após 1m46s de posse cruz-maltina e 50 toques seguidos até a cabeçada certeira do Pirata.
Só que, se na frente tudo fluía bem, o setor defensivo não correspondeu. Fez uma marcação de linha média, dando toda a metade do campo para o Água Santa trabalhar a bola. O vice-campeão paulista de 2023 demonstrou enorme dificuldade para acertar suas conclusões. Até que uma hora a bola entrou. Aos 47, no último lance antes do intervalo, Adson não acompanhou a linha de impedimento e deixou Neilton cara a cara com Léo Jardim. O atacante ex-Botafogo não perdoou e descontou.
O gol despertou o Água Santa, que retornou para a etapa final bem melhor. Ao mesmo tempo, desordenou ainda mais os donos da casa, que seguiram dando espaços atrás e passaram a errar também na frente. O time paulista cresceu na partida e chegou ao empate, aos 13, com Robles, que levou a melhor sobre a marcação de Medel e Vegetti e subiu sozinho para marcar.
A partir daí, o que se viu foi um Água Santa que levava perigo constantemente contra um Vasco que não conseguiu mais se achar. Empolgado no início, o torcedor não acreditou no que viu. Até que, aos 42 do segundo tempo, um rápido contra-ataque terminou com Luan Dias livre pela direita. O meia invadiu a área e converteu na saída de Léo Jardim.
O fantasma da segunda fase da Copa do Brasil tomou conta de São Januário. Alguns torcedores nem quiseram acompanhar os minutos finais e deixaram o estádio. Perderam a catarse do gol de Lucas Piton, aos 47, após levantamento de Payet na área. Um empate conquistado mais no abafa do que na técnica. Mas, àquela altura, só o que importava era não perder.
Após muito bate-boca e algumas expulsões, a redenção vascaína veio nos pênaltis. Com a vitória por 4 a 1, o time confirmou sua vaga e decretou o fim do trauma no torneio. O Vasco segue vivo.