Após a primeira semifinal do Campeonato Carioca, quando seu Vasco empatou em 1 a 1 com o Nova Iguaçu, o técnico Ramón Díaz falou em “cereja do bolo” para fechar seu elenco: as contratações de um volante e um ponta. Coincidência ou não, foram funções que fizeram falta ao cruz-maltino na derrota por 1 a 0 e consequente eliminação para o mesmo adversário, neste domingo.
No segundo jogo, Ramón trocou a formação de três zagueiros e adiantou Medel para o papel de primeiro volante. No ataque, Adson iniciou aberto pela direita e Payet pela esquerda, dando espaço para Galdames e Praxedes trabalharem pelo meio. As ideias não surtiram o efeito esperado, e a dificuldade de trocar peças nos setores pesaram.
O pedido de Ramón e Emiliano por um volante de contenção, marcador, antigo. Antes da chegada de Sforza, o Vasco tinha apenas Zé Gabriel como opção para a função. O jovem argentino pode atuar por ali, mas tem perfil de jogo ligeiramente diferente, mais solto em campo.
No ataque, a necessidade também vem de algum tempo. Peça necessária, Clayton chegou como mais uma opção como camisa 9 e referência junto a Vegetti, mas ainda existem dificuldades com opções pelas pontas.
Fora do esquema de três zagueiros, que libera os laterais para atacarem os espaços no ataque, o time fica mais necessitado da criatividade dos jogadores abertos de ataque e de suas tabelas com esses laterais. Adson e Payet pouco conseguiram dessa conexão no Maracanã. David, que entrou na segunda etapa, tende a agredir mais a área do que criar pelos lados.
Pausa e janela
Fora do Carioca, o Vasco volta a jogar em abril, quando faz sua estreia no Brasileirão, em casa, contra o Grêmio. A primeira rodada do nacional acontece entre os dias 13 e 15 do próximo mês. A Copa do Brasil só retorna, com a terceira fase, a partir de 1º de maio.
A pausa será essencial nos bastidores para observar potenciais oportunidades de mercado. A janela de transferências do futebol brasileiro fechou, mas há uma exceção aberta do início do mês até o dia 19 de abril para atletas que disputaram os estaduais pelo Brasil. É uma fatia de mercado que o clube está de olho.
Desde a temporada passada, a SAF vê como importante a janela do segundo semestre, e novos investimentos de força devem ficar para esse período. A prioridade no momento é encontrar bons negócios, ainda que estes exijam alguma compensação financeira.
Em campo, a pausa também será importante para realinhar questões físicas do elenco. Desde o primeiro jogo com o elenco principal na temporada, no dia 25 de janeiro, há nove atletas com mais de 720 minutos — o equivalente a oito jogos oficiais em menos de dois meses — em campo. A questão física, importantíssima no Brasileiro, foi colocada em pauta pelo próprio Ramón na primeira semifinal. Nitidamente, o desgaste pesou na proposta de jogo do cruz-maltino nos últimos compromissos.